Morre a empresária Walkiria Beltrame, aos 88 anos

Morreu, na tarde desta quarta-feira (5), no Complexo Hospitalar Astrogildo de Azevedo, a empresária Walkiria Beltrame, aos 88 anos. Ela sofreu uma queda, na semana passada, em que quebrou o fêmur. Acabou falecendo por conta de complicações após a cirurgia. O velório começará às 6h desta quinta-feira (6), no Cemitério Santa Rita, encerrando às 16h.

Filha do ferroviário Ernani Maffioletti e da dona de casa Maria Luíza, Walkiria nasceu em Santa Maria e teve quatro irmãos. Segundo a neta Vanessa e o filho Valmir, Walkiria começou a trabalhar desde cedo no comércio. Conheceu o marido Walter Beltrame quando ela trabalhava em uma madeireira e ele ia entregar leite no local. Namoraram e casaram, tendo dois filhos, Valnei e Valmir.

Em 1963, o casal abriu uma loja de secos e molhados na Faixa Velha. O cunhado de Walkiria acabou deixando a sociedade. Então, foi aberta, em 1980, a Walter Beltrame Materiais de Construção, comandada pelo casal. Em 1984, o empresário sofreu um acidente de carro, na Faixa Velha, e ficou paraplégico. Foi então que Walkiria e o filho Valnei tiveram de assumir o comando da empresa.

— Por anos e anos, ela, que chegava cedo e abria a loja, cumprimentava pessoas e recebia os clientes. Ficou anos fazendo isso, até onde conseguiu — lembra com carinho Vanessa.

Logo após o traumático acidente de carro, a empresária assumiu uma missão ainda mais importante: durante 25 anos, cuidar dia e noite do marido, que não conseguia falar nem andar, e viveu até 2009, quando não resistiu.

Apesar do crescimento da empresa, Walkiria nunca quis sair da casa de madeira, ao lado da residência do filho Valnei e da nora Sandra – e a poucos metros da loja. Foi da janela de casa que viu as três netas, filhas de Valnei, brincarem e crescerem.

— Como o vô estava doente, a gente ia dormir com a vó. Quando a gente era criança e adolescente, adorava vestir as roupas de festa da vó, ela achava engraçado. Sempre tinha uma coisa gostosa para a gente comer e adorava receber as pessoas. Vai ser difícil ver a janela da casa sempre fechada a partir de agora — conta Vanessa, emocionada.

Além dos filhos Valnei e Valmir, Walkiria deixa quatro netos e quatro bisnetos.

Por fim, Vanessa reforça o legado deixado pela avó:

— Minha vó, para mim, é uma fortaleza. Tudo o que passou com meu avô, teve uma vida bastante sofrida. Por mais que tivesse essas dificuldades, ela nunca desistiu. Estava à frente da família e aliviando a gente. Sempre foi forte por todo mundo, e vou ficar com essa admiração pelo resto da minha vida. Foi uma mãe presente, avó carinhosa e exemplo de mulher trabalhadora. Fico feliz de ter convivido por 36 anos com ela. Vou levar para sempre na minha memória com muito carinho essas melhores lembranças.